O Facebook é uma comunidade social de relacionamento que liga pessoas que vivem, estudam ou trabalham em torno de você e que provavelmente você não conhece. Permite publicar fotos, notícias, ver novidades de seus amigos e publicar vídeos.
Esta rede social anunciou hoje ter alcançado a marca de meio bilhão de usuários em todo o mundo e tem como expectativa atingir o número de 600 milhões até o fim de 2010. Sua popularidade é crescente apesar de inúmeras críticas às políticas de privacidade da empresa e atualmente é sinônimo de ameaça a gigantes como Google e Yahoo.
O ser humano é um ser eminentemente social. No seu cotidiano estabelece um conjunto de relações com o meio em que vive. Suas atividades dão origem a uma rede de relações que se constroem intencionalmente ou não, e se unem como uma grande teia. Essas redes por sua vez propiciam uma produção frenética de outros contatos desencadeando o que poderíamos chamar de teias sociais. Constatamos no artigo de Recuero que a idéia de teia de relacionamento baseia-se na teoria do matemático Ëuler que criou o Teorema de Grafos. Grafos é uma representação de um conjunto de nós ligados por arestas que formam uma rede. Baseado neste sistema busca-se entender as características dos vários tipos de grafos e de seu processo de construção, de como estes nós se agrupam. A teoria de grafos, na sociologia é uma das bases das redes sociais, é uma análise estrutural e sua estrutura baseia-se no principio fundamental das relações humanas: a interação, onde as pessoas são os nós e as arestas são caracterizadas pelos laços gerados por esta interação.
Com o desenvolvimento das TICs (Tecnologia de informação e comunicação), as redes sociais na internet surgiram e se tornaram meios diferentes e interessantes de interação. A realidade é que essas redes sociais propiciam hoje infinitas e múltiplas formas de relações entre pessoas e organizações modificando a forma de relacionamento. Nestas relações são estabelecidos padrões de conduta muito peculiares, onde nem sempre correspondem aos da sociedade comum. Nestes sites as pessoas se relacionam de acordo com os perfis, estabelecendo uma relação de intercâmbios de informações, de interesses e de trocas (sociais, comerciais, culturais, etc.) mediados pelas ferramentas tecnológicas.
Assim, entendemos Redes Sociais na Internet como uma página na web que permite a interação de grupo, onde as pessoas se reúnem ao redor de interesses comuns com o objetivo de adquirir e/ou trocar conhecimentos, informações, ou simplesmente interagir com outras pessoas.
Podemos identificar neste universo sem fronteiras, diversas formas de relacionamentos e suas diferentes possibilidades. Percebemos que com a interatividade virtual, as redes sociais na internet se configuram como um dos principais meio de comunicação entre indivíduos e sistemas de marketing. O volume de informações e acessos nas redes sociais assume dados impressionantes, como podemos constatar na revista Veja, ed. 2120:
As redes sociais na internet congregam 29 milhões de brasileiros por mês, nada menos que 8 de cada 10 pessoas no Brasil, tem o seu perfil estampado em algum site de relacionamento.
O vídeo abaixo dimensiona bem o avanço deste mundo virtual no Brasil:
Hoje até as crianças possuem orkut, email, blogs, etc., interagindo muitas vezes, mais através do computador do que pessoalmente.
Nestas redes o relacionamento se dá, tanto pessoal quanto profissional, a partir de perfis com hábitos e características similares entre os seus participantes (membros). No entanto, não podemos precisar se estes perfis são reais ou não, pois por serem livres e sem cobranças, muitos assumem personalidades virtuais, embora alguns sites despontem no controle da privacidade.
Existem diversos tipos de redes sociais on line que busca conectar pessoas e estabelecer a comunicação entre elas. No Brasil, os sites mais populares são orkut, facebook, twintter,MySpace, linkedin. Mas há muitas opções, conforme pode ser constatado no endereço abaixo:
Sônia Aguiar em seu artigo, Redes Sociais na internet: desafios à pesquisa, afirma que
“A expressão “redes sociais na internet” vem sendo utilizada para designar sites que oferecem ferramentas e serviços de comunicação e interação centrados em um padrão ego centrado de relacionamentos. Alguns potenciam redes interpessoais preexistentes através da comunicação mediada por computador. Outros propiciam a produção narcísica de perfis sem vínculos obrigatórios com a realidade e estimulam a competição pelo aumento compulsivo da rede de contatos, incluindo “estranhos”. Nesses sites (SNSes na sigla em inglês) os nós da rede são usuários e consumidores, contrapondo-se às redes sociais cidadãs, que pressupõem valores de coletividade, cooperação, solidariedade e compartilhamento.”
Ainda neste artigo, Aguiar esclarece que antes de tudo trata-se de relações entre pessoas que independentes das causas acolhidas, provocam mudanças coletivamente e ou individualmente.
Assim, destacamos que o ambiente virtual da internet propicia várias formas de relações interpessoais que ainda não foram dimensionadas, uma vez que, essas múltiplas possibilidades de interações dificultam uma análise pelos tradicionais métodos de pesquisas e, sem dúvidas, torna ainda mais desafiador aprender a usar esses recursos de forma responsável e adequada. Abaixo, segue um vídeo que ilustra um pouco da dimensão deste mundo virtual cheio de novidades, possibilidades e perigos.
A invenção da escrita e a evolução da linguagem humana trouxeram grandes avanços à humanidade. Porém, não há como negar que a internet revolucionou as comunicações e rompeu com barreiras que limitavam o ser humano nos aspectos tempo e espaço. Atualmente a informação circula das mais variadas formas. Muitas vezes, sem saber como e onde, é possível encontrar a informação desejada. O outro não mais precisa estar fisicamente presente para que possamos interagir, trocar idéias, aprender e ensinar. As pessoas criam grupos de discussões nos quais trocam dúvidas ocorrendo uma troca de conhecimentos e informações e assim, vai se constituindo uma memória coletiva a partir da interação entre as pessoas. E cada um participa de acordo com seus gostos, paixões, necessidades e interesses. Esse é o maior dos encantamentos.
Mas que espaço é esse que tanto encanta e que tanto conhecimento tem a oferecer?
É o ciberespaço. A Wikipédia define ciberespaço como sendo “um espaço de comunicação que descarta a necessidade do homem físico para constituir a comunicação como fonte de relacionamento, dando ênfase ao ato da imaginação, necessária para a criação de uma imagem anônima, que terá comunhão com os demais”. Podemos dizer então, que o ciberespaço é o advento das comunicações em massa, uma vez que possibilita a expressão de opiniões diversas, de idéias, tornando possível a construção e a divulgação do saber, do conhecimento coletivo.
Essa relação do homem com o ciberespaço pode ocorrer por meio de vários instrumentos: computador, celular, ipod... No entanto, sem dúvida a internet é o principal ambiente do ciberespaço. Levy lembra que: na sociedade oral – anterior à escrita – quando um velho morria era uma biblioteca que se perdia. Com a escrita, o conhecimento não se perdia, uma vez que era armazenado no livro. No ciberespaço ganha ainda mais mobilidade de armazenamento e circulação tornando-se indestrutível.
Afinal, quais contribuições esse advento das comunicações pode trazer para a humanidade? Podemos dizer que há uma cultura sendo produzida ou construída nesse intenso e constante movimento?
É possível concluir que quanto mais a pessoa utiliza esses meios de comunicação, o celular e a internet, por exemplo, mais é detentora do poder da informação. Compartilhando essas informações, vão se construindo produções individuais e coletivas, geradoras de uma ampla rede de significados que se forma a partir dessas interações – a cibercultura.
Pierre Lévy define a cibercultura como "o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamentos e de valores que se desenvolvem juntamente com o ciberespaço". Para ele, a cibercultura, gerou alterações nas relações do homem com o saber e com o trabalho, trazendo também modificações nas funções cognitivas humanas. A partir da cibercultura os saberes surgem e se renovam muito rapidamente. Também constatou que o trabalho assume nova natureza: "Trabalhar equivale cada vez mais a aprender, transmitir saberes e produzir conhecimentos". Esse movimento acelerado e contínuo é capaz de alterar muitas funções cognitivas humanas: a memória (banco de dados, hipertextos, fichários digitais [numéricos] de todas as ordens), a imaginação (simulações), a percepção (sensores digitais, telepresença, realidades virtuais), os raciocínios (inteligência artificial, modelização, de fenômenos complexos).
Se antes o saber centrado apenas no professor que planejava detalhadamente os conhecimentos que seriam transmitidos aos alunos, considerados meros receptores, era entendido como a única maneira de aprender, hoje vemos que existem inúmeras formas mais eficazes e atrativas de proporcionar aprendizagens. Para Pierre Lévy “o que deve ser aprendido não pode mais ser planejado, nem precisamente definido de maneira antecipada. Os percursos e os perfis de competência são todos eles, singulares e está cada vez menos possível canalizar-se em programas ou currículos que sejam válidos para todo o mundo”. Portanto, o acesso aos meios que possibilitam o contato com o ciberespaço oportuniza o desenvolvimento dediferentes e variadas habilidades em todos os alunos, as quais, por sua vez, lhes permitem realizar novas aprendizagens de forma autônoma. A passividade dá lugar à interatividade. No entanto, é preciso tomar cuidado com a forma que as novas tecnologias estão sendo empregadas para que não se tornem apenas mais uma metodologia. Vejamos um exemplo:
Podemos dizer que a cibercultura, devido seu grande poder de transformação, retrata exatamente o que vivemos hoje, o momento atual. É a cultura do presente: o que foi produzido ontem poderá ter sido modificado e o que será produzido amanhã poderá modificar o que foi produzido hoje. Através dela, criamos e desfazemos verdades, competências e habilidades. Nesse processo, todos podemos ser produtores ou co-produtores de informações e autores de narrativas que representam nossos conhecimentos sobre determinado tema ou problema. Assim são consideradas as colaborações de cada sujeito. Dessa forma não estamos mais na posição de meros receptores. Agora podemos intervir, criar, participar, colaborar, modificar, cooperar, enfim produzir cultura coletivamente em tempo real. Nunca estivemos tão distantes, mas ao mesmo tempo tão próximos quanto estamos hoje.
E assim
"Estamos criando um mundo que todos poderão entrar sem privilégios ou preconceitos de acordo com a raça, poder econômico, força militar ou lugar de nascimento.
Estamos criando um mundo onde qualquer um em qualquer lugar poderá expressar opiniões, nãoimportando quão singular, sem temer que seja coagido ao silêncio ou conformidade." (John Perry Barlow - 1996)
Não pretendemos dizer que toda essa interação substituirá o contato entre as pessoas, o que ocasionaria o isolamento humano. Apenas fazemos um convite a um mergulho consciente e responsável nessa sociedade virtual da qual não há mais como fugir.